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Linguagista

Ortografia: «Uarzazate»

Isso é francês

 

      Não sei se o Público noticiou o acidente de alguns espeleólogos espanhóis em Marrocos. De qualquer maneira, se o fez, quase de certeza que usou esta grafia: «Mohamed Idali, 45 anos, guia de montanha e de deserto há 20 anos, aponta para o que já foi cenário de rodagem de filmes como Lawrence da Arábia ou Babel: o autocarro atravessa a estrada em Ouarzazate sem parar, só temos tempo de fotografar o “estúdio” Atlas ao longe» («Quanto mais nele andamos, mais deserto ele fica», Joana Gorjão Henriques, «Fugas»/Público, 17.01.2015, p. 11).

    Rebelo Gonçalves não regista, no seu Vocabulário da Língua Portuguesa, este topónimo, mas certamente que optaria pela grafia Uarzazate, que se lê em obras portuguesas das décadas de 50 e 60.

 

[Texto 5765]

Himalaias, sempre

Se tem y, vende-se mais?

 

      Farto do sal refinado que nos impingem — apenas cloreto de sódio, pois todos os outros minerais, mais de 80, são eliminados na refinação —, comprei (aqui, na Spoon) sal rosa dos Himalaias. Só estranho é que na embalagem se leia «sal rosa dos Himalayas». O fascínio do exótico revelado na ortografia. Talvez pensem como o outro: «Escrevel-a com i latino é fechar a boca do abysmo, é transformal-o numa superficie banal.»

 

[Texto 5764]

Ortografia: «Hiderabade»

Por pouco

 

      «Mas [Jorge Veiga e Castro] não contava que lhe caísse uma grua de televisão em cima, no palco de um auditório em Haiderabade, na Índia» («Na Índia fazem-lhe vénias», Raquel Lito, Sábado, 16.04.2015, p. 82).

    É uma boa tentativa, sim senhor — mas Rebelo Gonçalves, na página 528 do seu Vocabulário da Língua Portuguesa, já regista Hiderabade, e de certeza que não estava a pensar que aquele i se lesse ai.

 

[Texto 5763]

Ortografia: «Rajastão»

Lá saiu em português

 

    «O arquitecto, um indiano de 49 anos, alto, cabelo preto esbranquiçado, mostra uma fotografia que tirou a um artesão de gadanhas do Rajastão, no Norte da Índia, e essa fotografia tem uma história» («Bijoy Jain, o contrário do ego na arquitectura», Kathleen Gomes, Público, 16.04.2015, p. 28).

 

[Texto 5762]