Confusão à vista
«A equipa da universidade australiana que descobriu este efeito está agora a desenvolver um novo trabalho, a partir do qual já concluiu que, para que haja um efeito protector da luz solar na saúde dos nossos olhos, será preciso passar pelo menos três horas por dia com mais de 10 mil lux (unidade de medida para a luz) de iluminação» («Miopia, uma epidemia global, cresce entre os mais jovens por causa da falta de sol», Samuel Silva, Público, 10.05.2015, p. 14).
Alguns dicionários indicam que o plural de lux é (ou também é) luxes. Será assim? Os símbolos, de acordo com o Sistema Internacional (SI), sim, são invariáveis — do que muita gente se esquece —, mas não «les noms des unités sont […] considérés comme des noms ordinaires» (BIPM). Assim, o problema não é o que o SI estabelece, mas as regras da nossa língua. Afirmar-se, como vejo em certas obras, que os substantivos terminados em x formam o plural mudando esta consoante em ces ou acrescentando es, e depois exemplificam com córtex ou índex, por exemplo, não me parece correcto. O plural de córtex é córtex; córtices é o plural de córtice. Assim como o plural de índex é índex; índices é o plural de índice. Estão a confundir plurais de variantes.
[Texto 5836]