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Linguagista

Regiões e maiúscula

 

Podia ser pior: com aspas...

 

    «O PSD tem as câmaras do norte 
e do centro, uma larga parte
 do campesinato, do pequeno comércio e da pequena indústria e, sobretudo, a influência da Igreja, que não é fácil de transferir para uma qualquer forma de socialismo» («Tudo como dantes», Vasco Pulido Valente, Público, 17.05.2015, p. 56).

      Já temos sorte, pobres leitores, que Igreja (e PSD; afinal, o outro escreve *sms) esteja grafada com maiúscula inicial. Um súbito surto de altruísmo.

 

[Texto 5854]

«Despedimento conciliatório»?

Uma subespécie de português

 

      «O despedimento conciliatório, proposto no relatório Uma Década para Portugal, é inspirado numa medida introduzida na Alemanha em 2004, na sequência da chamada reforma Hartz. A reforma incluía um conjunto de medidas - desenhadas por uma comissão liderada por Peter Hartz, responsável pelos recursos humanos da Volkswagen - que tinham como objectivo resolver o problema do elevado desemprego e da segmentação do mercado de trabalho na Alemanha do final dos anos 90» («Acordo para rescindir contrato sem recurso aos tribunais existe na Alemanha desde 2004», Raquel Martins, Público, 17.05.2015, p. 23).

      É impressão minha ou o nome — «despedimento conciliatório» — foi muito mal escolhido? Já não é impressão que a jornalista confunde hífenes com travessões. E lá está a novilíngua: «medidas desenhadas», «comissão liderada»... Uma subespécie de português.

 

[Texto 5853]