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Linguagista

«Boníssimo»

Existe e recomenda-se

 

      «Em relação, relativamente ao absoluto sintético, sintético, sintético [sic], que normalmente nos outros adjectivos temos os -íssimos, inteligentíssimo, belíssima, paupérrimo para “pobre”, -íssimo, ou -érrimo ou -ílimo, neste caso temos esta forma, óptimo» (Pontapés na Gramática, Sandra Duarte Tavares, Antena 3, 12.05.2015).

      Mau, então agora já não podemos usar o superlativo «boníssimo»? Bom e mau têm, além de óptimo e péssimo, os superlativos intensivos boníssimo e malíssimo, o primeiro referido sobretudo à bondade moral e o segundo à maldade e carácter mau de uma pessoa. Os adjectivos terminados em vogal simples nasal ou em ditongo nasal desdobram a terminação em vogal pura seguida da consoante n. Assim, de comum temos comuníssimo; de pagão, paganíssimo; de bom, boníssimo. Como é que se pode ignorar ou desmentir isto?

 

[Texto 5868]

«Tragamalho/traga-malho/traga-o-malho»

Talvez triplo

 

      «Ouvida com atenção, esta famosa e aparentemente inocente canção infantil [Que linda falua/que lá vem, lá vem...] é, na verdade, crudelíssima. Tem origem num antigo costume do Tejo, ainda de contornos bem menos perversos — o tragamalho» («Que linda falua», A. R. e L. R., Superinteressante, Junho de 2015, p. 14).

      Tanto o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora como o Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves registam o vocábulo com hífen, traga-malho. A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, porém, regista sem hífen, tragamalho. E, como se não fosse suficiente, ainda há outra grafia: traga-o-malho. Era um imposto que os pescadores de Lisboa pagavam à Câmara Municipal, ao desembarcar o produto da pesca.

 

[Texto 5867]