«Luxo» e «luxúria»
À procura do elo nunca perdido
Joana Dias dá o mote: «Há palavras que parecem muito, muito parecidas [sic], mas que depois nos enganam, porque não são da mesma família. Imagina este exemplo: luxo e luxúria. São palavras que à partida tu dizias: “Ah, elas estão casadinhas uma com a outra, não é?” Mas há aqui um senão...» «De todo, completamente», responde Sandra Duarte Tavares. «É uma pura coincidência começaram com as mesmas letras, não é?, o l, o u e o x. Coincidência pura, coincidência pura. […] Não tem qualquer elo semântico» (Sandra Duarte Tavares, Pontapés na Gramática, Antena 3, 26.05.2015).
Coincidência... Até a provável raiz indo-europeia — para quê ir mais para trás, não é? — é a mesma, leug-, que expressa a ideia de partir, deslocar, porque tanto o luxo como a luxúria estão deslocados do que é comum, do que é normal.
[Texto 5937]