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Linguagista

Basílica de São Donaciano e São Rogaciano

Dentro de horas saberemos

 

   Veremos se e como chega às edições de papel de amanhã. Hoje, na edição em linha do Público e do Jornal de Notícias, alguém teve o tino e o bom gosto de usar o nome aportuguesado da basílica de Nantes, que sofreu hoje um incêndio. «Um violento incêndio deflagrou esta segunda-feira de manhã na imponente basílica oitocentista de São Donaciano e São Rogaciano, na cidade francesa de Nantes» (in Público).

 

[Texto 5979]

Topónimos Arneirós e Arneiroz

Corrigido ou actualizado?

 

      Uma simples achega a esta consulta do Ciberdúvidas. Não ocorre a dupla grafia, e não apenas diacrónica, Queiroz/Queirós? Lembremo-nos de Ricardo Reis, que, na obra de Saramago, «pára diante da estátua de Eça de Queirós, ou Queiroz, por cabal respeito da ortografia que o dono do nome usou». Com z ou com s, pergunta o consulente. A resposta não pode estar neste lado do Atlântico, mas aí mesmo, caro Paulo Aimoré Oliveira Barros. Como se escreve — em placas toponímicas, em documentos oficiais, etc. — aí habitualmente? É essa grafia que tem de prevalecer, seja qual for. Florival Seraine, em Temas de Linguagem e de Folclore (Stylus Comunicações, 1987), escreveu: «Arneirós — Esta é a grafia que adotamos, por corresponder à do lugar de Portugal de que é cópia no Ceará, não obstante seja comumente escrito Arneiroz o topônimo cearense. Caso idêntico ao de Mecejana, que se escreveu muito tempo, afinal corrigido para Messejana, que é o nome do lugar de Portugal» (p. 71).

 

[Texto 5978]

Léxico: «histerese»

Da física para a economia

 

      «Laurence Ball, professor na Universidade Johns Hopkins nos Estados Unidos, tem mostrado 
ao longo dos últimos anos como as recessões têm um efeito negativo permanente no potencial de crescimento da economia no médio e longo prazo. É o chamado efeito de “histerese”, que significa que depois de uma recessão profunda a economia sai da crise, mas com uma taxa de crescimento mais baixa do que acontecia no passado» («“É muito difícil acreditar que a Grécia sai do euro e todos os outros ficam”», Sérgio Aníbal, Público, 15.06.2015, p. 16).

 

[Texto 5977]

«Repinte»?

Tem pinta de estrangeiro

 

   «O estado da pintura [Saul e David], sujeita a cortes e repintes, a inconsistência estilística que nela reconheciam alguns especialistas e a grande qualidade dos discípulos do mestre do século de ouro holandês colocavam muitas questões: porque é que a autoria levanta dúvidas? Seriam estes os seus tamanho e formato originais?» («Restauro mostra que o velho rei Saul sempre limpou as lágrimas à cortina», Lucinda Canelas, Público, 15.06.2015, p. 26).

    Repinte parece e é castelhano. Ainda pensei que proviesse do artigo do jornal El País que a jornalista cita, mas neste só se usa o particípio repintado. Certo é que é comum ler-se neste e noutros jornais do país vizinho, quando se trata de restauro de pinturas, repinte, que é a segunda pintura que se faz numa parte de um quadro para a restaurar ou refrescar. Para o acto ou efeito de pintar, nós só temos repintura.

 

[Texto 5976]