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Linguagista

«Grande Depressão de 2008/2009»

Já é um fenómeno maiúsculo

 

   «Mas o certo é que o decréscimo nas exportações é o mais elevado desde a Grande Depressão de 2008/2009, quando os recuos nas vendas para o exterior chegaram a roçar os 30%. Posteriormente, entre 2010 e 2012, o sector conseguiu inverter a situação, com crescimentos mensais robustos, mas acabou por entrar, em 2013, num comportamento errático de subidas e descidas, que acaba com os 9% de recuo em Maio passado» («Apple Watch e franco forte tramam a poderosa indústria suíça de relógios», José Manuel Rocha, Público, 20.06.2015, p. 22).

 

[Texto 5991]

Surdir e trasvaliar

Como ignorantemente diz o vulgo

 

      «A língua portuguesa está cheia
 de palavras certíssimas para designar quase todas as cambiantes do comportamento humano. Escritores como Vieira, Bernardes, Camilo, Eça e Aquilino levaram-na tão longe, que em português tudo se pode dizer, todas
 as infinitas flutuações das pessoas encontram uma ágil palavra para
 as designar. Agora que a nossa bela língua está a ser atacada por todos os lados, na sua ortografia, na sua complexidade vocabular, na sua riqueza expressiva, é sempre bom encontrar um refúgio nos falares antigos,
 ou naqueles que pouco a pouco estão a 
ser esquecidos por falta de uso. A semana passada falei de “tresvaliar”, palavra de Sá de Miranda, e esta semana Fernando Alves na TSF fez uma crónica sobre “surdir”, palavra usada por Camilo (sempre ele) e Eça, tudo palavras esquecidas» («Demasiado lampeiros para serem sérios», José Pacheco Pereira, Público, 20.06.2015, p. 52).

   Belas palavras, sim, mas sobre tresvaliar escreveu Francisco José Freire: «Tresvariar e tresvariado e não tresvaliar e tresvaliado, como ignorantemente diz o vulgo, porque vem de tresvario, a que também o povo chama com erro trespalio

 

[Texto 5990]

Vida à parte

Até de olhos semicerrados

 

    Vida à parte. Para explicar esta questão, recorramos ao texto do Acordo Ortográfico de 1990, Base XV, no ponto 4, em que se lê a seguinte observação: «Em muitos compostos o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.» Observe-se que o segundo elemento da palavra benfeito tem vida à parte, isto é, tem significado próprio; o mesmo já não acontece com a palavra benfazejo, pois o segundo elemento, «fazejo», não tem vida à parte, ou seja, não tem significado, corrente, pelo menos. No Acordo Ortográfico de 1945, também se usa a expressão sinónima «vida autónoma».

    E, como também eu tenho vida à parte, autónoma, com calma, sem pressas, a seu tempo, vou carreando para aqui mais exemplos.

 

[Texto 5989]