«Romulares/Remolares»
Descorrija-se
Afonso da Maia «bem depressa esqueceu o seu ódio aos sorumbáticos padres da Congregação, as horas ardentes passadas no café dos Romulares a recitar Mirabeau, e a República que quisera fundar, clássica e voltariana [sic], com um triunvirato de Cipiões e festas ao Ente Supremo». Isto se lê na edição de 1888. Ora, há por aí edições em que se lê que é o «café dos Remolares». Com que legitimidade se faz uma alteração desta natureza? Mesmo que o passo de Eça signifique que é um café situado na Praça dos Romulares, actual Cais do Sodré, e muitos tenham como certo que Remolares é que está certo, porque remolar* era o obreiro que fazia ou consertava remos, o que pode ser mera especulação, nada justifica a alteração.
[Texto 6045]
* Provavelmente do latim vulgar remularis, derivado de remŭlos, diminutivo de remus, «remo», leio num dicionário de catalão.