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Linguagista

«Universo Espírito Santo»

Mas podem acabar pior

 

   Francisco Proença de Carvalho, advogado, sobre a medida de coacção aplicada a Ricardo Salgado: «Bom, devo dizer que não vou fazer grandes comentários, mas o nosso entendimento é que se trata de uma medida bastante desproporcional e, aliás, não é só nosso entendimento, é também o entendimento de outros agentes processuais que estão também neste processo. […] Não aceitamos julgamentos sumários de ninguém, de ninguém, e vamos bater-nos ao máximo pela defesa do Dr. Ricardo Salgado e as coisas não são como começam, são como acabam.» Bela frase, hein? As coisas não são como começam, são como acabam. Mas que outros agentes processuais têm o mesmo entendimento?

 

[Texto 6086]

Género de «síndroma(e)»

A quem a conhecer...

 

   «É sobre este síndrome [síndrome de Sjögren] que vamos falar com o Dr. Filipe Barcelos, médico reumatologista» (Carla Trafaria, Bom Dia[,] Portugal, 24.07.2015). No fim, voltou a atribuir o género masculino ao vocábulo. Errado. A doença inflamatória crónica pode ser grave, mas laborar assim em tal erro, depois de tudo o que já se disse sobre a «sida», também não deixa de o ser. Síndroma e síndrome, que vieram do grego, pertencem ambos, em português, ao género feminino.

 

[Texto 6085]

«Espada de Dâmocles»

Silabadas e solecismos

 

      Sérgio Luís de Carvalho, autor, entre outras obras, do Dicionário de Insultos (Editorial Planeta, 2014), foi hoje o convidado do Hotel Babilónia, de Pedro Rolo Duarte e João Gobern. São convidados destes, que mal deixam falar os entrevistadores, que nos fazem falta. Um caudal ininterrupto de palavras. Como todos os caudais, porém, arrastou algumas impurezas: um verbo «haver» no sentido de existir conjugado no plural (Sr. professor!) e outras coisinhas. Que coisinhas? Pois, por exemplo, a «espada de Damocles». Tanto quanto sei, a palavra é apenas esdrúxula, não das que admitem dupla prosódia.

 

[Texto 6084]