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Linguagista

Os verdadeiros livros do Brasil

Agora é mais fácil

 

      Algumas vezes por ano, o proprietário da Livraria Palavras Mutantes, na Alameda da Azenha de Cima, 230, em Matosinhos, tem portador que traz obras, novas e usadas, do Brasil. Aproveitem esta oportunidade, pois para os próximos dias terá portador. Imaginem que precisam (e precisam mesmo) do Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Pedro Luft. É só encomendarem.

 

 

[Texto 6104]

CMVM só em inglês

Impressionante

 

      «Diz o relatório da CMVM (apenas escrito em inglês) que, se nada mudar, o regresso dos emigrantes (e o impacto nas contas das empresas), somado ao “lento crescimento verificado na criação líquida de postos de trabalho”, pode “criar um stress adicional no sistema social e afectar a recuperação de uma já frágil economia”» («Relatório alerta que regresso de emigrantes de países como Angola pode afectar economia», Luís Villalobos, Público, 31.07.2015, p. 17).

      Isto é impressionante! Um relatório, decerto para divulgação no país, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), uma entidade portuguesa, apenas escrito em inglês. Ao que chegámos.

 

[Texto 6103]

Ortografia: «talqualmente»

Apenasmente isto

 

      «E conhece-me tal-qualmente eu sou» (Dama de Espadas — Crónica dos Loucos Amantes, Mário Zambujal. Revisão: Henrique Tavares e Castro. Lisboa: Clube do Autor, 5.ª ed., 2013, p. 134).

      É advérbio que pouco se vê, motivo suficiente para o trazer para aqui. Mas não apenas por isso. Será mesmo aquela a grafia? A dúvida — «talqualmente» ou «tal-qualmente»? — já passou pelo Ciberdúvidas. Resposta do consultor Carlos Marinheiro: «A grafia corre{#c|}ta deste advérbio é tal-qualmente; significa «assim mesmo; sem nenhuma diferença; exa{#c|}tamente». [Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora].» Pois, para mim, correcto é talqualmente. Não vejo razão para ser grafado com hífen.

      Há quem se espante muito com tais advérbios. Não nos esqueçamos que a receita para formar um advérbio de modo é tomar a forma feminina do adjectivo e acrescentar-lhe o sufixo -mente: divina + mente; tola + mente; etc. Isto é o que as gramáticas explicam, esquecendo que há excepções absolutamente consensuais, como, por exemplo, acintemente, malmente (ainda que se possa explicar por um arcaico malamente), apenasmente, só usado no Brasil, etc., em que acinte, mal e apenas são advérbios e não adjectivos. E a locução conjuntiva tal qual também é usada adverbialmente: Fizeram tal qual.

 

[Texto 6102]