Alguém tem de ser o primeiro
«Até agora, os cientistas não sabiam como se fazia essa digestão. As árvores têm polifenóis, moléculas complexas que tornam as folhas difíceis de digerir para os herbívoros que andam à procura das proteínas nas folhas. Mas as minhocas encontraram uma forma de bloquear estes polifenóis. Uma equipa de cientistas descobriu que produzem no tracto digestivo substâncias chamadas “drilodefensinas”, que anulam a acção dos polifenóis, permitindo a digestão das proteínas das folhas» («As minhocas têm moléculas que nos impedem de ficar atulhados em folhas», Nicolau Ferreira, Público, 5.08.2015, p. 32).
De facto, neste estudo, publicado na revista Nature Communications, usa-se o termo inglês drilodefensin, e claro que o jornalista fez bem em adaptá-lo ao português. (Mas não volte a escrever «equipa liderada» por não sei quem, Nicolau Ferreira. Há formas legitimamente portuguesas, e variadas, de o dizer: coordenada, encabeçada, dirigida... Há dias, no blogue Horas Extraordinárias, Maria do Rosário Pedreira aludia a um «estudo capitaneado por um professor da Universidade de Chicago». Não seria a minha primeira escolha, mas pensei logo como devia servir de exemplo a outros fazedores de livros.) E lá está tracto digestivo, de que já aqui tratámos.
[Texto 6129]