Simplicíssimo, mas...
«Sentira-se um pouco dilentante entre aquelas mulheres activas, corajosas e determinadas que haviam desafiado maridos indignados, pais estupefactos, vizinhos malévolos, para virem ali, àquela escola londrina, dizer umas às outras que era urgente continuar a luta pelo direito à escola e ao voto, pois se até a Coroa era usada por uma mulher...» (O Último Cais, Helena Marques. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 3.ª ed., 1994, pp. 155-56).
A rainha Vitória usava coroa; a rainha Vitória era, naquela altura, a titular da Coroa. Mera convenção, decerto, mas, se não a seguirmos, pelo menos que a não subvertamos. Desculpável na autora, indesculpável no revisor.
Coroa, vocábulo polissémico, aparece na acepção de instituição no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora como sentido figurado, «poder real; realeza; monarquia», o que não é a opção de todos os dicionários nem seria a minha.
[Texto 6167]