Homógrafo: «tolo»
Construção abobadada
«Ana Catarina Sousa atribui este rigor ao facto de ambos serem absolutamente metódicos, associando a disciplina militar de Georg, um perfeccionista, à habilidade de Vera, uma “desenhadora exímia”, para o registo das estruturas — antas, tholos (monumentos de falsa cúpula), hipogeus (grutas escavadas na rocha) — e dos materiais que resultavam das escavações, que estão, na sua maioria, depositados no Museu Nacional de Arqueologia (MNA)» («Nas antas do Alentejo já se falou alemão», Lucinda Canelas, Público, 20.08.2015, p. 28).
A jornalista, mas decerto que não apenas ela, teme que confundamos com tolos — preciso de exemplificar com alguém? —, mas engana-se, enganam-se todos. É como se para «besta», a arma, tivessémos de usar o étimo latino, ballestra, para não haver confusões com «besta», o animal irracional. Diz-se /bêsta/bésta/ como também se diz /tôlo/tólo/. São homógrafos. O resto é tolice.
[Texto 6179]