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Linguagista

Tradução: «cave»

Estas distracções...

 

      «Levei-o às Caves Kitum, no Monte Elgon, na fronteira do Uganda com o Quénia» (James Fallon, psiquiatra/psicopata entrevistado por Carla Amaro para a Sábado, 27.8-2.9.2015, p. 26).

      Como se o tivesse levado às Caves Aliança, em Sangalhos. Então, Carla Amaro, o inglês cave não se traduz por «caverna, gruta»? «Na manhã de Dia de Ano Novo, depois do pequeno-almoço – uma manhã fria, com a temperatura do ar nos quatro graus e a relva húmida e gelada –, continuaram a subir a montanha por uma picada lamacenta e estacionaram num pequeno vale, sob a gruta Kitum» (Zona Crítica, Richard Preston. Tradução de Jorge Santos Leonardo. Alfragide: Lua de Papel, 2015, p. 34).

 

[Texto 6218]

Léxico: «railhe»

Quantos mais, melhor

 

      «O comboio esfalfava-se e apitava, escarrava fuligem e centelhas de fogo, sempre rabioso a bater o railhe» (Um Escritor Confessa-se, Aquilino Ribeiro. Lisboa: Livraria Bertrand, 1974, p. 55). Só Aquilino? Não: «Mas a insistência com que passavam ali, dia e noite, os carros rurais cheios de pedra bruta, determinara, no leito de tais sendas, grandes sulcos profundos, regulares como engenhosos railhes de sábia linha férrea, onde a lama, de inverno, fazia germinar delicadas ervinhas» (Varanda de Pilatos, Vitorino Nemésio. Lisboa: edição do Autor, 1927, p. 51).

      Poucos são os modernos dicionários que não registam como único aportuguesamento «raile», ainda mais próximo do étimo rail, o que é pena. Não é somente de políticos que estamos mal servidos. E nos dicionaristas, meros assalariados, nem sequer podemos votar...

 

[Texto 6217]