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Linguagista

«De tempo a tempo/de tempos a tempos»

Como está na moda

 

    «Nunes, de tempo a tempo, sustém o monólogo, para puxar com sorvos sibilantes o vapor de um charuto» (O Que Fazem Mulheres, Camilo Castelo Branco. Lisboa: Parceira A. M. Pereira, 1907, p.16). Actualmente, a única, tanto quanto vi, locução dicionarizada é «de tempos a tempos». Imaginem agora que eu queria escrever um dicionário de erros. Pegava na abonação de Camilo e lá vai: condenava a forma no plural, dizendo que a única legítima era «de tempo a tempo». Ou, suprema sapiência, decretava que melhor ainda era evitar ambas e optar sempre — por nada de especial, ou apenas porque o lera num autor hoje esquecido — pela locução adverbial «a trechos».

 

[Texto 6265]