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Linguagista

Ortografia: «franco-atirador»

Vamos ver se percebi (talvez não)

 

    Hoje tive de usar a palavra «franco-atirador» (atenção ao plural). Sabem como se escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990? Não? Isso é que é pior. «Francoatirador». Sim, tem a vantagem de ninguém se enganar no plural. Mas reparem: antes do AO90, escrevia-se com hífen, «franco-atirador». No Brasil, com o Acordo Ortográfico de 1990, continuam a escrever da mesma forma, «franco-atirador». É a chamada desunificação ortográfica. Às vezes, porém, dá para disfarçar na capa, como na mais recente tradução do livro de Arturo Pérez-Reverte, publicado pelas Edições ASA,

 

     O

     Franco

     Atirador

     Paciente

 

    Paciência. Ou revolta.

 

 

[Texto 6282]

Tradução: «bookend»

Mais vocabulário

 

      Em inglês é muito sugestivo e simples: bookend. Contudo, acabei de vê-lo vertido para «anteparo para livros». Ora, sempre se disse cerra-livros ou encosta-livros.

   «Os cães sentaram-se, subitamente tão inofensivos como um par de cerra-livros» (Um Beijo Inesquecível, Teresa Medeiros. Tradução: Carmo Vasconcelos Romão. Alfragide: Quinta Essência, 2013).

 

[Texto 6281]

«Fémur», mas «femoral»

Veio da Roménia

 

      A professora — não vou dizer o nome, para não lhe estragar o dia — escreveu «veia femural». É censurável que uma professora erre na ortografia, isso sem dúvida, mas a ortografia tem destas coisas danadas: de «fémur», «femoral»! É determinado pela etimologia (vem do latim femorāle-), não se formou na nossa língua. É assim também em castelhano, catalão, francês, italiano... Até em inglês. Curiosamente, não em romeno, que é também língua neolatina: femural.

 

[Texto 6280]