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Linguagista

De novo o PNL e o AO90

Deixem cá ver se percebo

 

   «Contrariamente aos que escrevem para adultos, quase todos os autores “infanto-juvenis” consentiram na “acordização” das suas obras, para que fossem candidatas a integrar o comercial PNL e para que excertos delas pudessem figurar em manuais escolares, ou como parte de chorudos contratos celebrados pelas editoras com o Estado para a “atualização” do acervo das bibliotecas escolares» («Autores “infanto-juvenis”: colaboracionismo ortográfico?», Madalena Homem Cardoso, Público, 12.10.2015, p. 46).

    Longe de mim querer ensinar o pai-nosso ao vigário (ou, atenta a preeminência e sem descurar o sexo, papisa), mas tenho de lembrar a Madalena Homem Cardoso que, para uma obra figurar no Plano Nacional de Leitura (PNL), não é condição indispensável que siga a grafia do Acordo Ortográfico de 1990. Tanto não é que o PNL integra várias que não seguem a nova ortografia. E, dado que é uma iniciativa do Governo, é também de realçar que o sítio da Internet do PNL não segue a nova ortografia. 

 

[Texto 6314]

Tradução: «condolence payment»

Só palavras

 

      «O Departamento de Defesa dos Estados Unidos procurará fazer “pagamentos de condolência” às famílias das vítimas do ataque que, por erro, atingiu o hospital de Kunduz, dos Médicos Sem Fronteiras, no Afeganistão, matando 22 pessoas, disse o Pentágono neste sábado» («EUA pagam por mortes e estragos em Kunduz», Público, 12.10.2015, p. 23).

      À letra — porque no artigo da Reuters está «condolence payments» — está perfeito, mas fará sentido em português? Nem a suposição de que pode ser gíria do Departamento de Defesa dos Estados Unidos serve de desculpa. Não se podia traduzir, por exemplo, por «compensação por morte»? É que a tradução não é apenas de palavras, mas também de conceitos.

 

[Texto 6313]