«Empenhar» e «penhorar»
Definitivamente aprendido
«“Esta obra é feita para uma exposição, de pintores e amadores, em Roma. Sendo uma pintura com um tema religioso, comum naquela altura, é uma obra de qualidade excecional, onde Sequeira investe toda a sua habilidade”, diz Alexandra Markl [conservadora do MNAA e especialista nas obras de Sequeira]. “Quando ele morreu, a família ficou em más condições económicas e empenhou-a, em Roma. Depois nos anos 40 do século XIX, ela foi adquirida pelo primeiro duque de Palmela e veio para Portugal”» («Museu de Arte Antiga pede seis cêntimos a cada português», Maria João Caetano, Diário de Notícias, 28.10.2015, p. 41).
Está certo, mas não é raro haver confusão entre «penhor» e «penhora», «empenhar» e «penhorar». Penhor é um direito real de garantia: o devedor, para garantir o pagamento da dívida, entrega um bem (também há penhor de direitos). O verbo correspondente é empenhar (ou caído em desuso, apenhar). Popularmente, também se diz pôr no prego, porque as casas de penhores também são conhecidas por prego. Segundo Antenor Nascentes, a expressão começou com os relógios, que ficavam pendurados de um prego nas paredes nas casas de penhores enquanto se não voltava com o dinheiro e a cautela de prego, documento que atestava que algum objecto fora ali depositado. Penhora é a apreensão judicial de bens, que tem como verbo correspondente penhorar.
[Texto 6362]