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Linguagista

Preposição «por»

Mais uma falha

 

      «Volviendo al tema de la multiplicación es pertinente preguntarse si se aprende bien o está costando demasiado trabajo a nuestros pequeños entender y memorizar las tablas. La mayor parte de los idiomas tienen esta estructura de “veces”: times en inglés, fois en francés, mal en alemán... Aunque tienen también la otra opción: los ingleses dicen multiplied by que es equivalente a nuestro tradicional “multiplicado por”» («Por qué no es lo mismo 5x3 que 3x5», Joseángel Murcia, El País, 31.10.2015).

   Iam lá lembrar-se de como se diz em português, em galego, em catalão... Uma coisa eu sei: a maioria dos nossos dicionários têm de melhorar o verbete da preposição «por».

 

[Texto 6372]

«Porquê/por quê»

Porquê complicar?

 

      «Por quê um Divertimento, em tais circunstâncias? Talvez por se sentir 
“um músico do antigo regime, que o seu mecenas convidou”. Mas talvez também para radicalizar na obra o paradoxo.
 É um Divertimento em que a alegria de fazer música, o exercício lúdico das destrezas, a seiva das danças populares são brutalmente interrompidos pela inexorável aproximação da catástrofe: um molto adagio inquietante, culminando em “trilos do diabo” aterradores, e esvaído num gesto de luto. Testemunho tão carregado de atualidade que continua a fazer do seu autor [Bartók] um exilado» («O Divertimento inquietante de um refugiado húngaro», Mário Vieira de Carvalho, Público, 1.11.2015, p. 52).

      Levei a vida a pensar que Mário Vieira de Carvalho era português. Até hoje. De facto, os Brasileiros escrevem «por quê»; para nós, o advérbio interrogativo escreve-se numa só palavra, «porquê».

 

[Texto 6371]

Sobre «comentariado»

O bando

 

      «A televisão, o Komentariado, a internet e os jornais não fazem outra coisa senão discutir o sentido do voto de 4 de Outubro; um governo que aparentemente existe mas não governa; um governo que não existe mas vai governar; o que o Presidente parece ter querido dizer; o que o presidente de certeza não disse; o estado de espírito de António Costa; o que verdadeiramente pensa, ou não pensa, Jerónimo de Sousa; um “pacto” que haverá ou não haverá entre o PS, o Bloco e o PC; a exacta natureza e a “estabilidade” desse pacto; o que por aqui e por ali declaram os “notáveis” partidários; as tradições da democracia indígena; e a aflição da “classe média”» («Palavras para passar o tempo», Vasco Pulido Valente, Público, 1.11.2015, p. 56).

    Arrussalhado, com k maiúsculo, parece uma temível instituição soviética. Já em 2009 eu tinha anunciado, com a grafia «comentariado», obviamente, a sua chegada. Não percebo é o menospreço de Vasco Pulido Valente. Não faz ele parte do comentariado?

 

[Texto 6370]