«Tido e mantido/teúdo e manteúdo»
Sem discriminação
Maria Filomena Mónica, em entrevista à Sábado desta semana: «Do ponto de vista moral, um amigo que me sustentasse faria de mim uma mulher tida e mantida. O que até era corrente na sociedade portuguesa, haver amantes financeiramente sustentadas por homens» («“Sou pessimista. Mas isto é menos dantesco do que estava à espera”», Dulce Garcia, Sábado, 5.11.2015, p. 44).
Fazemos assim: quando virem esta expressão num qualquer livro, vêm aqui dar conta disso. Comum é o uso dos arcaicos teúdo e manteúdo. Como explico na obra Em Português, Se Faz Favor (Lisboa: Guerra & Paz, 2015, p. 149), dos particípios em -udo, outrora abundantes, só temos, actualmente, vestígios, entre os quais estes. Tem de ir para os dicionários, mas como expressão que se tornou, porque os dicionários que consultei registam, em verbetes independentes, «teúdo» e «manteúdo». Mas atenção: não ficam no feminino. Há por aí um lexicógrafo — de preferência lexicógrafa — que as registe?
[Texto 6379]