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Linguagista

«Grama» — tem dois géneros, Ana Maia

Menino ou menina?

 

      «Mais à frente, uma máquina coloca as embalagens, escritas na língua do país para onde vão, e finalmente o folheto informativo. São todas pesadas numa máquina para controlo. Uma grama a menos pode ser sinal de que o folheto não está» («Diabetes. Na Alemanha há uma “cidade da insulina” que não dorme», Ana Maia, Diário de Notícias, 13.11.2015, p. 20).

       Tal como aqui uma letra a mais é sinal de que a jornalista ainda não sabe que o vocábulo «grama» tem um sentido no masculino e outro no feminino. Amanhã já lhe dirão.

 

[Texto 6392]

«Polinsaturado/poli-insaturado/poliinsaturado»?

Era uma reforma, se faz favor

 

      O texto, que seguia o Acordo Ortográfico de 1990, era sobre um certo fruto, «rico em gordura monossaturada». «Monossaturado» existe? Não está nos dicionários. Não seria antes «monoinsaturado»? Esta já está registada em alguns dicionários (o da Porto Editora, por exemplo), e, com o AO90, não se escreve de forma diferente. E falta o outro tipo de gordura — a poli-insaturada. Ou será «polinsaturado», como registam a edição em linha do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora e o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, porque a aglutinação não faz perder a clareza nem a expressividade gráfica? Ou «poli-insaturado», como regista o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras? Mas não se tem de usar obrigatoriamente o hífen, pois que o segundo elemento se inicia por vogal idêntica à vogal final do primeiro elemento? No caso de «monoinsaturado» — que os vocabulários que citei não registam —, as vogais são diferentes, portanto é escrito sem hífen, como «monoindustrial». 

 

[Texto 6391]

Ortografia: «estrela-cadente»

Ortografia, uma questão candente

 

      «Os relâmpagos iluminam em fragor e espanto, é certo, mas pouco. Os cometas atravessam o espaço com a velocidade das estrelas cadentes, num rasto de luz e partículas que permanecem e cintila as trevas» («Paulo», Fernanda Câncio, Diário de Notícias, 13.11.2015, p. 9).

      Há pessoas que julgam que estão dispensadas de escrever conforme manda a ortografia. Não estão, sobretudo se forem jornalistas.

 

[Texto 6390]