«Raios-X/raios X»
Só para pós-graduados
«A TAC é um exame que se faz com recurso a um equipamento com Raios-X, que obtém dados de vários segmentos do corpo, depois processados por um computador para criação de imagens. O novo aparelho, de 640 cortes (os anteriores, considerados inovadores, eram de 128 cortes), garante não só uma maior segurança, como proporciona melhor qualidade da imagem, sendo conseguida mais informação de cada vez. O exemplo disso são os exames ao coração: o que antes exigia o equivalente a cinco ou seis batimentos cardíacos, aqui faz-se com um» («Mais potente TAC do mundo», Carla Marina Mendes, Destak, 24.11.2015, p. 7).
Agora sou eu o jornalista, faço as perguntas: para quê a maiúscula na palavra assinalada? Para quê o hífen? Se o equipamento usa aquelas radiações electromagnéticas, é raios X que se grafa, Carla Marina Mendes. Se quisermos complicar, o que nos é, de alguma maneira, congenial, diremos que o equipamento com raios X faz raios-X. Foi também assim que Sacconi, no Brasil, analisou/complicou a questão: «raio-X s. m. Fotografia feita por meio de raios X; chapa radiográfica; radiografia: tirar um raio-X dos pulmões. Pl.: raios-X.» Ainda assim, muito menos esotérico do que a distinção que se faz entre «pôr-do-sol» e «pôr do Sol», baseada — agarrem-se bem à cadeira — na diferença entre ser a hora a que o Sol se põe ou o acontecimento em si. Quem o faria sem ter de parar para pensar detidamente no caso? Sem um rascunho, um desenho? Será curial pretender que a ortografia espelhe estas tão miúdas distinções? Serão mesmo necessárias?
[Texto 6423]