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Linguagista

Ortografia: «antivedeta»

Como é que pode ser?

 

   «Francisca van Dunem. A magistrada anti-vedeta» (João Manuel Rocha, Nuno Ribeiro, Mariana Oliveira, Público, 29.11.2015, p. 10). O erro vem na própria capa. Não pode ser. Até parece que na redacção não têm dicionários nem prontuários.

      «Como essa, ia eu reflectindo quando soube da sua morte, de ser na aparência o poeta antivedeta (e a minha recordação de Vinícius naquela tarde talvez sofra disso mesmo: ele a não querer ser vedeta e nós todos, afinal, a vê-lo assim» (Um Jardim em Londres, Luís Forjaz Trigueiros. Lisboa: Guimarães Editores, 1987, p. 57).

 

[Texto 6438]

Ortografia: «posta-restante»

E não é de peixe

 

      «A primeira carta para ela, de Genebra, não levou resposta. Ou não ma remeteram para a posta-restante de Estocolmo, como se deu com duas da minha mãe» (Os Anos da Guerra, 1961-1975, João de Melo (org.). Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1998, 2.ª ed., p. 93).

      Há muito que se vê assim escrito, nos dicionários e na literatura, mas não nos Correios. Posta restante é a correspondência que, por indicação do remetente, fica na estação de Correios à espera de ser reclamada pelo destinatário. Ora, esta correspondência fica numa secção especial da estação de Correios — também designada posta restante. Vai sendo uma realidade tão rara, que os falantes já não sabem como referir-se-lhe, como pude comprovar recentemente. Voltando à ortografia: se é substantivo (posta) + adjectivo (restante), não estou a ver para que é o hífen. Não entendem assim os lexicógrafos.

 

[Texto 6437]

 

Posta restante.JPG

Imagem daqui.