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Linguagista

«Ter matado»

O Hezbollah não sabe português

 

      «Hezbollah acusa Israel de ter morto comandante do grupo na Síria» (Público, 21.12.2015, p. 12).

      Não o dissemos menos de dez vezes, mas cá vai de novo: com verbos abundantes, isto é, os que têm dois particípios passados (como este, matar), o particípio passado regular, que é o terminado em -ado, usa-se com os verbos auxiliares «ter» e «haver». Logo, ter matado, haver matado. O particípio irregular, neste caso, morto, usa-se com os auxiliares «ser» e «estar». Logo, foi morto, está morto.

 

[Texto 6496]

Sobre «carranca»

Faz mal

 

      A meu ver, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora faz mal em não indicar explicitamente no verbete «carranca» que também é a designação de um ornamento de algumas embarcações, o mesmo que figura de proa (figurehead, para a legião de anglófonos que nos segue). O Grande Dicionário Sacconi não caiu nesse erro.

 

[Texto 6495]

Regência de «consentir»

Dupla regência

 

      «[A Europa] Consentiu em ser apenas o eco precioso de expressões alheias, esquecido de que não é possível manter uma identidade singular por procuração» (Diário, Vols. XII a XVI, Miguel Torga. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2011, 5.ª ed., p. 74).

      Como pode ver, J. M., o verbo «consentir» admite duas construções: «consentir algo» e «consentir em».

 

[Texto 6494]