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Linguagista

Ortografia: «neuroendócrino»

Só ares

 

      «Ao mesmo tempo que controla a máquina, Francisco Alves também se dedica à investigação da produção de átomos radioactivos. Foi assim que a equipa obteve a última patente, em Outubro, depois de desenvolver uma forma dez vezes mais barata de produzir gálio 68. Este elemento radiactivo liga-se a uma molécula chamada “dotanoc”, usada para detectar tumores neuro-endócrinos» («Há uma máquina em Coimbra para detectar doenças neurodegenerativas no seu início», Nicolau Ferreira, Público, 30.12.2015, p. 25).

      Boa tentativa, mas não: é neuroendócrino ou — aposto que isto não interessa a ignorantes que se dão ares — neurendócrino. Há, pelo menos, meia dúzia de verbos mais adequados do que «controlar», mas vão sempre cair neste, empobrecendo assim a língua. E os nomes dos isótopos não se grafam como nomes compostos, combinando-se o nome do elemento com o número de massa do isótopo, separados por hífen?

 

[Texto 6515]

Assim se fala na televisão

O mundo como sempre o conhecemos

 

    Enquanto estou aqui a pensar se um duplo «que» nos Lusíadas é repetição anacolútica, se repetição pleonástica, no Jornal da Noite, na SIC, Rodrigo Guedes de Carvalho vai dizendo que «Henrique Neto assistiu ao lançamento de uma biografia sobre a sua vida». Por aí já não vamos ter nenhuma surpresa. Agora só falta saber se é sobre a vida passada ou sobre a vida futura.

 

[Texto 6514]