Onde estudam os cadetes?
«Dois alunos do curso
fuzileiros da Marinha que estam [sic]* desaparecidos desde domingo à noite, [sic] foram encontrados ontem à tarde “bem”, disse à agência Lusa
o porta-voz da Marinha, o comandante Paulo Vicente.
O oficial adiantou que os
dois cadetes “perderam-se e desorientaram-se” no decorrer de um exercício, tendo sido encontrados pelas equipas de busca que estavam no terreno desde segunda-feira à tarde» («Cadetes dos fuzileiros perdidos durante quase dois dias», Público, 6.01.2016, p. 13).
De quando em quando, é bom voltar à etimologia. Cadete, que aqui designa o aluno que frequenta uma escola militar, vem do francês cadet, que os dicionários, em geral, dizem significar «irmão menor». Começou por ser o filho não primogénito de famílias nobres, e, depois, por extensão de sentido, o filho segundo em geral. O étimo do termo francês é, por sua vez, o latino capitellum (mas há autores que afirmam que provém do baixo latim capitetum, de que o vocábulo «capitão» se mostra próximo), que teve no dialecto gascão duas formas, capdet e cabdet.
Não é, porém, tudo. Para o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, cadete é o «aluno que cursa uma escola superior militar»; para o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, é o «aluno da Academia Militar e da Escola Naval; aluno que frequenta os cursos de oficiais milicianos, durante o tempo de instrução»**. No meio disto, onde fica a Escola de Fuzileiros? Não precisará a definição de ser afinada?
[Texto 6525]
* Estam por estão mostra bem como os jornalistas do Público compulsam com mão diuturna a obra maior do nosso grande épico.
* A definição do Grande Dicionário Sacconi é quase a fusão daquelas duas, pois diz que é o aluno de escola militar superior, acrescentando que é a do Exército e a da Aeronáutica. Estará correcto?