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Linguagista

«Pseudo-Apolodoro»

Chegaram hoje

 

      «Nestas páginas reuni estudinhos sobre Camões dispersos por diversas publicações, mas apenas aqueles que julguei mais capazes de interessarem alguns leitores» (Notas Camonianas, José Pedro Machado. Lisboa: Livros Horizonte, 1981, p. 7). Isto é que é modéstia, já viram bem?

      Chegaram-me hoje às mãos, estes estudinhos. Lembrei-me logo (mas imperfeitamente, pois não me lembro qual o nome em causa nem o elemento) de alguém há pouco me ter perguntado como se escrevia certo nome próprio com o elemento pseudo- ou anti-, tendo eu respondido, naturalmente, que não se aglutinava ao nome próprio e lembrado uma excepção, Anticristo. Creio que a pessoa não gostou da resposta, talvez porque nunca procuramos outras respostas que não as que julgamos já ter. Mas é assim. Agora, na página 26 destes estudinhos: «Já são três [as Greias] na Biblioteca do pseudo-Apolodoro de Atenas e no Prometeu de Ésquilo.» Mas também aparece grafado, noutras obras, com maiúscula, Pseudo-Apolodoro, o que me parece mais correcto.

 

[Texto 6528]

«Tempos “horribilis”»?

Os que vivemos

 

      «Também o Sindicato dos Funcionários do SEF aplaudiu a escolha. Num comunicado assinado pela presidente, Manuela Niza Ribeiro, esta sublinha a “reconhecida dedicação e integridade” da nova directora nacional, que diz ter uma “visão global e actual do papel do serviço”, o que constitui “uma lufada de ar fresco após tempos horribilis”» («Inspectora de carreira é a nova directora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras», Mariana Oliveira, Público, 6.01.2016, p. 15).

      Quando integramos palavras e expressões latinas e de outras línguas declináveis em frases na nossa língua, surge-nos quase sempre esta dúvida: a que gramática, mesmo que mínima, atendemos? No caso: «tempos» é plural; horribilis, singular. Gramática mínima é atender, pelo menos, à concordância. Se, para não complicar, abstrairmos do caso e classe, deixamos no nominativo e seria então horribiles. Tempos horribiles.

 

[Texto 6527]