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Linguagista

Sobre «metadado»

Melhorável

 

      «Afirmando não querer “contaminar a função com a opinião enquanto deputado” — deixando entender que até poderá ter uma opinião diferente, consoante a função em que se encontra —, Filipe Neto Brandão defendeu que será cumprido o acórdão do Tribunal Constitucional que, em Agosto, “chumbou” a possibilidade de as secretas acederem aos chamados metadados — tráfego telefónico, localização de mensagens e chamadas — e que PSD, CDS e PS justificavam com o combate ao terrorismo e criminalidade organizada» («Dois novos fiscais nas secretas com missão acrescida de credibilização», Maria Lopes, Público, 14.01.2016, p. 11).

      A definição de metadado no Dicionário da Língua da Portuguesa da Porto Editora não me parece a melhor, a mais clara. Melhor definição tem o sinónimo — que faz parte do verbete de «metadado» ­— metainformação, sobretudo porque tem exemplos. Os Srs. Sacconi (2010) e Houaiss (2003) não registaram estes neologismos.

 

[Texto 6541]

É só inveja

É lá com eles

 

      A verdade é que hai xente que envexa o alleo e non aproveita o seu, essa é que é essa. Agora, nunca passam muitos dias sem que alguém me diga, a propósito de certas particularidades da nossa língua: «Mas já viu como em inglês é diferente?» Encolho os ombros. E depois? Ainda às voltas com Os Lusíadas, vejo que a forma «enveja», hoje arcaica, é a única que aparece no poema. Ora, em castelhano é envidia e em galego envexa. O étimo de todos, porém, é o latino invidia. Ah, sim, e não nos podemos esquecer: Gonçalves Viana chegou a preferir enveja a inveja.

 

[Texto 6540]