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Linguagista

Ortografia: «planeta anão»

Sem rede

 

      «Chamaram-lhe informalmente Nono Planeta e anunciaram ontem a sua possível existência no sistema solar, muito para lá de Plutão (que em 2006 foi despromovido do estatuto de planeta e passou a planeta-anão)» («Anunciado Nono Planeta para lá de Plutão», Teresa Firmino, Público, 21.01.2016, p. 48).

      Já vimos aqui que não se deve empregar o hífen neste caso: planeta anão/planetas anões. O foguetão que transportava a sonda Mariner I é que caiu por falta de um hífen no código, o planeta segura-se, pois anão está, sem rede, a fazer o seu serviço, a qualificar o planeta.

 

[Texto 6557]

Ortografia: «pouca-vergonha»

É verdade

 

    «Dito isto, vamos à troika de poucas vergonhas. Em primeiro lugar, temos 30 deputados do Bloco Central — entre os quais, 
a actual candidata à presidência Maria de Belém — a pedirem
 às escondidas a apreciação constitucional de um artigo
 do Orçamento do Estado para 2015 que só a eles (titulares de cargos políticos) diz respeito» («O regime está podre», João Miguel Tavares, Público, 21.01.2016, p. 48).

      Esta falta de decência, de pundonor ou de vergonha estende-se muitas vezes à própria forma como escrevem. Uma pouca-vergonha.

 

[Texto 6556]

Tradução: «terraced house»

Nem terroristas nem terraço

 

      É um artigo da edição em linha do Diário de Notícias, pródiga em disparates que, valha a verdade, na maioria das vezes não chegam à edição em papel. Desta vez, porém, achei que devia dizer alguma coisa. Ei-lo: «Uma criança muçulmana de 10 anos foi interrogada pela polícia por causa de um erro ortográfico: o menino escreveu numa composição que vivia numa “terrorist house” (casa de terroristas), em vez de numa “terraced house” (casa com terraço). Os professores não perceberam que se tratava de um erro ortográfico e denunciaram o menino à polícia, que foi à casa da criança no dia seguinte» («Polícia interrogou menino de 10 anos por causa de erro ortográfico», 20.01.2016, aqui).

      A criança tem, evidentemente, desculpa. A Polícia inglesa e o tradutor português é que precisam de ter mais cuidado, pensarem seis vezes antes de agir.

 

[Texto 6555]