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Linguagista

Sobre «euro»

São uns fingidores

 

      «Enquanto espreitam a marcha de progresso da carne e do arroz ao longo da fila de tábuas, as pessoas brincam, riem, pedem “dois oiros” ou “três ouros” emprestados (a palavra “euro” não chegou ainda a todo o Portugal) para a esmola» («Uma festa feita com o orgulho de dar em Couto de Dornelas», Manuel Carvalho, Público, 21.01.2016, p. 17).

      Será que a palavra «euro» ainda não chegou mesmo a todo o País? Não estarão os falantes a brincar? Se até já sabem dizer «telemóvel»! Os amantes do futebol, mais poliglotas, até «Lopetegui» dizem sem se engasgar. Desde ontem de manhã, até os taxistas dizem já, com a desenvoltura muito própria que em tudo têm, «peacekeeper».

 

[Texto 6564]

Como se escreve nos jornais

Como calha

 

      «No ano 2000, António Guterres 
visitou Timor Leste [sic]. Foi em Abril e, simbolicamente, o então primeiro-ministro passou o dia 25 com os 
militares portugueses que integravam os peacekeepers da ONU» («Quem os viu e quem os vê. António Guterres», Público, 23.01.2016, p. 3).

    Estes jornalistas! Peacekeepers! Força de manutenção da paz não serve, é demasiado português, o que pode ofender os leitores.

 

[Texto 6563]

«Partenogenético/partenogénico»

Mais um par

 

      «Estes tardígrados pertencem à espécie Acutuncus antarcticus, que é endémica da Antárctica e partenogénica (pode reproduzir-se sem que ocorra fertilização)» («Ursinhos-de-água. Estes animais são tão incríveis que voltaram 
à vida ao fim de 30 anos congelados», Rita Ponce, Público, 23.01.2016, p. 33).

      Sobre Antárctica, já ficou tudo dito. Quanto a partenogénico, o que se pode dizer é que poucos dicionários o registam, optando antes por acolher somente partenogenético.

 

[Texto 6562]