O verbo «haver», de novo e sempre
Talvez haja
Eram 8h43 quando foi publicado no Expresso um artigo de Sandro Mendonça, professor auxiliar no ISCTE, de que extraio apenas uma frase: «Parecem haver vozes políticas e públicas que se regozijam com as necessariamente difíceis relações que Portugal mantém com os poderes financeiros de Bruxelas» («Canários e abutres»).
Se tem amigos — embora, para estes casos, os inimigos sejam mais prestáveis —, estes que lhe digam que o verbo haver é impessoal quando exprime existência, regra que vale também para as locuções verbais em que entra, porque a impessoalidade é transferida para o auxiliar.
«Mas não nos parece haver razões para pânicos, pelo menos por agora» (Próxima Paragem e Outros Textos Dramáticos, Rui Miguel Saramago. Lisboa: Carbono-14/Lulu, 2.ª ed., p. 58).
[Texto 6595]