Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

SIDA, OVNI, sida, ovni

Sim, há escolha

 

      «Mitchell foi o piloto do módulo lunar Antares, que chegou à Lua, nomeadamente à zona de Fra Mauro (região de terras-altas), a 5 de Fevereiro de 1971. A Apollo 14 tinha como missão prosseguir o trabalho da azarada Apollo 13, que no ano anterior sofrera uma explosão durante a viagem de ida, transformando o regresso à Terra numa viagem de sobrevivência» («Morreu Edgar Mitchell, o astronauta que acreditava em ovnis», Cláudia Lima Carvalho, Público, 7.02.2016, p. 11).

      Cláudia Lima Carvalho, então agora terra altas precisa de aspas? É quê, uma ponte? E sobre ovni ou óvni: recentemente, alguém, escandalizado, me perguntou se já tinha visto que agora era assim que se escrevia. Ovni, objecto voador não identificado, já não é um acrónimo — OVNI —, mas um substantivo masculino. Melhor, agora escreve-se de três maneiras: OVNI, ovni, óvni. Sim, não é proibido usar o acrónimo, como também o faremos com SIDA/sida.

 

[Texto 6603]

Léxico: «microtopónimo»

O nosso Jerry

 

      Belo microtopónimo: serra da Giralda. Como é em Monsaraz, há-de estar relacionado com Giraldo Sem Pavor, essa figura quase lendária, contemporâneo de Afonso Henriques. E agora reparo que os dicionários não registam microtopónimo: topónimo que designa um lugar pequeno ou ermo ou ainda um pequeno acidente geográfico. Ou Geraldo, sim, que vem do alemão Gerardo, Gair-hard, «forte como a lança». Os nomes alemães são assim todos abrutalhados, bélicos. Hélder (sim, com acento, mas não o meu) provém de Herder e é «forte, duro». Gertrudes, Gair-trud, é «força, poder da lança». Com a Sra. Angela Merkel estamos descansados: Angela vem do grego e é a mensageira, a que anuncia. Depois, anjo. No caso de Portugal, é mensageira de más notícias. Temos de trabalhar mais. Ou talvez não: temos de trabalhar melhor.

 

[Texto 6602]