Tradução: «paladar»
Vale tudo
«Eddy Relova, de 23 anos, boné de basebol na cabeça e grosso cordão de ouro ao pescoço, está confortavelmente instalado num paladar (um restaurante em casa particular) de um bairro chique de Havana com a sua companheira, Valentina, e a filha de nove meses» («Os “novos-ricos” de Havana», Alexandre Grosbois, Público, 19.02.2016, p. 21).
De facto, não é propriamente tradução. É paladar, e já está. A origem do nome é que é interessante. Lembram-se da telenovela brasileira Vale Tudo, que passou em Portugal? Pois em Cuba também a viram, e foi um êxito. Uma das personagens, Raquel, tinha um restaurante, de nome Paladar. Quando em Cuba houve uma pequena abertura económica nos anos 90, aos restaurantes privados que abriram passou a dar-se o nome de paladares. E, mistérios da língua, tomou o género feminino, una paladar.
«Los portugueses no tienen que ver con los gallegos en la codificación de un cubano de la calle, que nos ametralla con indicaciones de edificios, con características y fechas caprichosas, necesariamente erróneas; y que, cuando queremos detenernos para admirar la perfección de las piedras que levantó la Ilustración, desvela su negocio: oferta una “paladar”, restaurante privado del que puede ser comisionista» (Habana Flash, Xavier Alcalá. Madrid: Nowtilus, 2009, p. 67).
[Texto 6633]