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Linguagista

Tradução: «muezzin»

Os infiéis

 

    «Caiu a noite no café dos jogadores de xadrez, e a temperatura também, bruscamente. O muezzin já lançou o seu grito na mesquita situada do outro lado da pequena praça. De um café constituído apenas por um balcão virado para a rua, numa das esquinas, vem uma luz branca e uma canção roufenha, cantada em árabe» («Esmirna, o grande bazar da guerra», Paulo Moura, Público, 28.02.2016, p. 17).

      Paulo Moura, mas em português não se diz almuadem? Vá, se tiver muito amor à língua francesa, muezim. Vamos lá chamar os infiéis à língua: caramba, duas palavras portuguesas não chegam para substituir uma francesa?

 

[Texto 6651]

Uma dificuldade pública

Absurdo repetido

 

      Estava aqui a consultar os censos de 1981 de Aurangabad (ah, sim, a vida não é fácil), e do que me lembrei foi do absurdo — absurdo repetido — de um título de hoje no Público (caro Nuno Pacheco, pelas alminhas!): «Governo quer fazer um “censos” da população com deficiência» (p. 12). Mas que raio de português é este, pode saber-se?

 

[Texto 6650]

Tradução: «corniche»

Não pode ser

 

      «O Kordon, a enorme avenida marginal onde Rana vive, é uma longa serpentina de excitação e prosperidade, tal como já era nos tempos otomanos, quando lhe chamavam La Punta. Pelos vários quilómetros da corniche, há relvados e jardins junto ao mar, onde grupos de jovens fazem piqueniques, correm, andam de bicicleta ou de patins, e centenas de restaurantes de luxo, todos cheios, a qualquer dia da semana» («Esmirna, o grande bazar da guerra», Paulo Moura, Público, 28.02.2016, pp. 20-21).

   De vez em quando, lá vejo corniches nas traduções. Em artigos jornalísticos, creio que é a primeira vez. Será mesmo necessário usar o termo francês? É intraduzível? Mas não é uma estrada de montanha? Estrada junto de precipícios? Quem tiver mais propostas pode apresentá-las.

 

[Texto 6649]