A filosofia dos ditadores
«Já o professor da Universidade Católica de Angola Nelson Pestana, e escritor sob o pseudónimo Eduardo Bonavena, considerou o desfecho do julgamento “completamente surpreendente pela violência” e por mostrar “o livre-arbítrio a que o regime chegou”, disse ao PÚBLICO. “Isto quer dizer que qualquer cidadão pode ser preso acusado de qualquer coisa e ser condenado a pena máxima no país”, denuncia Pestana. “Porque a qualquer momento se pode retirar ou acrescentar novas acusações. É o livre arbítrio completo”» («Condenação de activistas reforça ideia de que Angola “vive uma ditadura”», Ana Dias Cordeiro e Joana Gorjão Henriques, Público, 29.03.2016, p. 4).
Ou eu já não sei nada, ou isto — que é retomado no editorial — está completamente errado. Então o livre-arbítrio não é a faculdade que o homem tem de se determinar sem obedecer a outra regra que não seja a da própria vontade? E isto é próprio dos ditadores ou de todos nós? Não quererão dizer «arbitrariedades»? Vamos perguntar a quem sabe — a Desidério Murcho.
[Texto 6716]