Homem, já temos «fibra» e «estaleca»!
Agradecemos, mas não precisamos
«É uma das piadas do ano. Passos Coelho não tem estamina para “um novo ciclo político”, mas o braço direito [sic] de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes tem. É uma lógica admirável, do tipo: como já vai faltando energia à minha avó, vou substituí-la pela minha bisavó» («O tempo corre a favor de Passos», João Miguel Tavares, Público, 5.04.2016, p. 48).
Compulsamos alguns dicionários, e nada. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não sabe do que se trata. Tão-pouco o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa o regista. Até ao Sr. Sacconi — que chegou a pensar ter feito o maior e melhor dicionário da língua portuguesa — passou ao lado. Eu não sei se teria lugar no Grande Guégués da Língua Portuguesa. Regista-o — mas com a grafia estâmina — o Dicionário Houaiss (2003): «capacidade vital de resistência, esp. a manutenção por longo tempo de uma actividade ou esforço». Foi adaptado do inglês, e o étimo latino, que significa fibra, filamento, é o mesmo da nossa «estamenha». Ora, já temos, para significar o mesmo, fibra e, em certo registo, estaleca.
[Texto 6727]