Uma escrita sem precisão
Mas não é o mesmo
«Entre as mais de 50 obras que compõem a galeria, o presidente da câmara elege uma preferida. A de Nomen. Na imagem, uma mulher de traços africanos retira uma máscara de uma mulher branca, numa analogia à discriminação e estigma associado aos moradores do bairro» («O bairro onde ninguém queria entrar já “recebe mais visitas que os museus”», Liliana Borges, Público, 13.05.2016, p. 16).
«Uma mulher de traços africanos»: é como se a língua não permitisse, por limites intrínsecos, mais precisão. O que Liliana Borges queria e devia ter escrito era «mulher negra». O bairro é o da Quinta do Mocho, em Loures, autêntica galeria ao ar livre.
[Texto 6804]