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Linguagista

E «pinhata», serve?

Mais um capricho

 

      «Daí que, estando em palco, não o está também: está fragmentado e polvilhado por toda a peça, estará sempre pouco de acordo com qualquer imagem construída pelo mito ou por uma leitura pessoal. Está por ali, no palco, aos bocados, estilo piñata — cada um que apanhe o que puder» («Fernando Pessoa estilo piñata: cada um apanhe o que puder», Gonçalo Frota, Público, 21.05.2016, p. 33).

      E porquê em castelhano, pode saber-se, Gonçalo Frota? Ainda supus que pudesse ser um qualquer jogo linguístico, mas não. Ora, não apenas temos a palavra em português — pinhata —, como ambas provêm do italiano pignatta. É para riscar ☒.

 

[Texto 6825]

Em prol do inglês

Progressiva anglicização

 

      «Óbidos passa a ser palco de um novo festival de artes de rua. Hoje e amanhã, entre as 14h e as 19h, os recantos do burgo medieval são ocupados pelos chamados buskers: actores, acrobatas, palhaços, comediantes, malabaristas, ilusionistas, músicos e bailarinos que expõem a sua arte directamente ao público, passando o chapéu no fim para recolher os “louros”» («Buskers à solta», Público, 21.05.2016, p. 41).

     O Público prossegue o seu incansável labor em prol da língua de Shakespeare. Até porque Camões era meio cego. Rapaziada, então buskers não são os nossos artistas de rua? Então porque não o escrevem? Não serve de desculpa que no enclave britânico de Óbidos um festival tenha esse nome.

 

[Texto 6824]

Nem português nem inglês

E sem revisão...

 

      «Acresce que os dois bancos com maior exposição ao fundo, a CGD e o BCP, ainda não liquidaram os empréstimos públicos de capital contingente (os chamados CoCo’s), no valor de 900 milhões e de 700 milhões, respectivamente. O tema terá entretanto sido deixado cair [sic] pelo Governo, que procura outras soluções, articulando-se com a APB e com o Banco de Portugal» («Governo quer solução para apoio de 3900 milhões ao Fundo de Resolução», Cristina Ferreira, Público, 21.05.2016, p. 20).

    Que não dominam o português, já nós estamos fartos de saber, agora estropiarem também outras línguas acaba por ser uma doce vingança. Cristina Ferreira: o apóstrofo, em inglês, é para o caso genitivo ou possessivo, não para o plural.

 

[Texto 6823]