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Linguagista

Nem eles sabem

Aspas numa só palavra?

 

    «Costa considera “imoral” que Bruxelas queira aplicar sanções a Portugal» (Margarida Gomes, Público, 2.07.2016, p. 8).

   Há livros de estilo de certas publicações que recomendam (mas a ordem para os revisores é a de cortar) este uso equívoco das aspas. Um exemplo: «A citação de palavras isoladas deve ser evitada, para impedir confusões entre citação ou uso irónico da palavra, por exemplo.»

 

[Texto 6931]

Léxico: «rollover»

Não desta vez

 

   «Filipe Silva, director de gestão de activos do Banco Carregosa, considera que “o aspecto mais relevante para o interesse ao Estado português foi o de conseguir fazer o chamado roollover [renovação] da dívida, isto é, trocar dívida que teria que ser paga em breve por dívida que só terá que ser paga mais tarde”» («Portugal troca mais de mil milhões de dívida de curto por longo prazo», Rosa Soares, Público, 2.07.2016, p. 19).

      Por vários motivos, erram menos quando escrevem noutras línguas; desta vez, porém, não é assim: é rollover e não roollover. Consiste na extensão de um contrato financeiro para lá da sua data de vencimento inicialmente fixada.

 

[Texto 6930]

Léxico: «pica-pau»

Não é amor à língua

 

   «Em dias especiais ou por encomenda também há petiscos mais elaborados como o pica-pau» («Tapas, vinhos e arte nos Clérigos», Tiago Alves, «Evasões»/Diário de Notícias, 1.07.2016, p. 48).

   Os dicionários registam «tapa(s)», castelhanismo, mas não esta acepção de «pica-pau», uma palavra portuguesa. A galinha da minha vizinha, etc.

 

[Texto 6929]