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Linguagista

Léxico: «xerpa»

Fica agora a saber

 

   «O casal continua a negar as acusações e a empresa Makalu Adventures, que organizou a viagem, garante que seguiu todas as regras. Mas a investigação que está a decorrer neste momento, pelo Ministério do Turismo do Nepal, parece dar razão às acusações e, mais grave ainda, o mais provável é que os sherpas que os guiavam também devem estar envolvidos, pois é sua responsabilidade atestar a subida» («Uma mentira do tamanho do Evereste», Maria João Caetano, Diário de Notícias, 18.07.2016, p. 48).

    Pois é, cara Maria João Caetano, só que em português escreve-se xerpa, sabia?

 

[Texto 6963]

Tradução: «carry»

Quais camiões

 

   «Como a lei do estado do Olhio [sic] permite que os cidadãos carreguem armas, tanto o presidente da Câmara como o chefe da polícia de Cleveland já admitiram nada poder fazer para impedir que os Panteras Negras se apresentem armados» («Trump prepara coroação. Panteras Negras levam armas», Patrícia Viegas, Diário de Notícias, 18.07.2016, p. 28).

      E é assim que dizemos? Isto é a tradução de to carry (transportar). Sim, em relação a armas também usamos este verbo — mas para significar pôr munição.

 

[Texto 6962]

Ortografia: «fogo de artifício»

Vocabulário da mudança

 

    «Ontem surgiram novos dados sobre o autor do ataque de Nice. Mohamed Bouhlel enviou um SMS 15 minutos antes de irromper com um camião frigorífico pelo Passeio dos Ingleses, onde uma multidão assistia ao fogo-de-artifício do feriado 14 de Julho» («Ministro chama franceses para a reserva operacional», Patrícia Viegas, Diário de Notícias, 18.07.2016, p. 29).

      Com o Acordo Ortográfico de 1990, passou a ser mais ou menos à vontade do falante. Patrícia Viegas, por exemplo, acha que um espectáculo tão bonito deve manter os hífenes. É uma excepção já consagrada pelo uso...

 

[Texto 6961]

Tradução: «réserve opérationnelle»

Essa a questão

 

      «Segundo Cazeneuve, que tem concentrado grande parte das críticas da oposição por causa dos atentados que o país tem vindo a sofrer desde o início de 2015, a reserva operacional conta atualmente com 12 mil voluntários (nove mil da gendarmerie nacional e mais três mil da polícia). “O objetivo é fazer aumentar a capacidade máxima deste recurso nos próximos dias”, declarou o governante, cuja demissão foi já exigida pela líder da Frente Nacional Marine Le Pen» («Ministro chama franceses para a reserva operacional», Patrícia Viegas, Diário de Notícias, 18.07.2016, p. 29).

      Com certeza que se percebe, e não é mais do que a tradução do francês «réserve opérationnelle»; a questão é se é assim que nós dizemos. Trata-se de um conceito, não meramente de palavras. Não corresponde à nossa reserva de disponibilidade?

 

[Texto 6960]

Léxico: «niçardo»

É de Nice

 

      «Onde repousaram cadáveres na noite do feriado nacional francês agora há muitos ramos de flores, bandeiras, pequenos brinquedos e palavras, muitas, de lamento e solidariedade, incluindo a frase no dialeto local, a língua niçarda: “Nissa la Bella” (Nice, a Bela), e além de “Je suis Nice” (Eu sou Nice), vários “Je suis le monde” (Eu sou o mundo)» («300 metros de homenagens e insultos na marginal de Nice», Paula Lagarto, Diário de Notícias, 18.07.2016, p. 29).

      É a primeira vez que vejo este termo, que não encontro em nenhum dicionário. Está nos dicionários de catalão: «De Niça (ciutat de Provença, Occitània).»

 

[Texto 6959]