«Baias do poder»
Insensível
«E, como se passa em todas as políticas assentes no poder, elas desejam garantir não ser postas em causa e o discurso de Marcelo aceita as baias desse poder» («A Europa vista pelo Presidente da República — (1) O lado de fora», José Pacheco Pereira, Público, 23.07.2016, p. 50).
Com frequência quase diária, leitores escandalizados dão-me conta de erros de arrepiar nas edições em linha dos jornais portugueses, e em jornais como o Público, o Diário de Notícias e outros. Já não ligo — como o médico que já viu de tudo e já não se comove. Até porque alguns — só alguns, atenção — desses erros não passam para as edições em papel. Ontem, um leitor perguntava-me — e jurava que só eu podia haver-me com isto — o que eram as «baías do poder». Era assim que estava na edição em linha. Respondi que era «baias do poder», mas o leitor não conhecia a expressão, com que várias vezes me cruzei, na escrita e na oralidade, ao longa da minha vida. E na Internet? Quase nem rastos (e maus rastos, agora, com as «baías do poder» de Pacheco Pereira). Para quem pensa que toda a língua já está na Internet, tome e embrulhe.
[Texto 6971]