Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

«Portas do navio»?

Hum...

 

    «O pesqueiro ‘Olívia Ribau’, que em outubro do ano passado naufragou à entrada da Figueira da Foz, matando cinco pescadores, fez-se à barra com as portas abertas, incluindo as dos porões, o que contraria todas as normas de segurança» («Barco fez-se à barra com as portas abertas», Sérgio A. Vitorino, Correio da Manhã, 25.07.2016, p. 10).

      É só uma dúvida (mas com a força de uma certeza: temos de duvidar sempre): será que se diz mesmo assim, «portas do navio»?

 

[Texto 6974]

«Revenge porn»

Em inglês é outra coisa

 

      «É um dos grandes nichos no mercado da pornografia. E até há um nome para o fenómeno: ‘revenge porn’ (pornografia de vingança)» («Fenómeno invade a Internet», Correio da Manhã, 25.07.2016, p. 9).

      Tem de se usar o nome em inglês, pois claro. É mais... — como direi? — porco. Mais porco. O artigo é mais porco.

 

[Texto 6973]

«Popa/poupa»

Falta polpa

 

      «A Book in Loop está algures entre um Uber dos livros escolares e um alfarrabista digital e já comprou uma guerra com a Porto Editora. Enfrentou tantos obstáculos que teve de ir ao Parlamento. Mas o mistério dos livros iguais com códigos numéricos diferentes continua por explicar» («A Uber dos manuais escolares já nasceu. E não foi fácil», Bárbara Reis, Público, 24.07.2016, p. 22).

      Este artigo é de ontem, no Público; hoje, voltei a ler um texto, já não na imprensa, sobre a Book in Loop (ai, estes nomes!). Parece que os três jovens empreendedores estão a fazer um trabalho meritório. Fui ver o que dizem no sítio da empresa. No breve perfil de um, Manuel Barata de Tovar, lê-se que é o «Velho do Restelo quando estamos de vento em poupa e visionário em momentos de crise é responsável por temperar os ânimos nesta casa». Um estudante de Direito que lida, nem que seja como mercadoria, com livros não pode escrever assim.

 

[Texto 6972]