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Linguagista

Sobre «curador»

A galinha da minha vizinha

 

      «A primeira vez que [a palavra «curador»] aparece em Portugal é o António Ferro que a utiliza nos catálogos da exposição do Mundo Português. Ele tinha estado na exposição mundial de Nova Iorque, em 1939, e tinha apanhado lá a terminologia. Depois, a partir dos anos 80, quando ela começa a generalizar-se em Portugal, é claramente por influência anglo-saxónica. A terminologia usada era francesa: commissaire d’exposition; era
 o comissário, por influência francófona», diz Delfim Sardo («A arte de dar a ver a arte dos outros», Carlos Vaz Marques, Público, 31.07.2016, p. 31).

      Pelo menos em relação a esta, ficamos a saber quem a trouxe na bagagem.

 

[Texto 6989]

Tradução: «insider»

Ai, esta é tão difícil...

 

      «Os insiders quase não têm dúvidas sobre quem está por detrás dos ataques informáticos contra o Partido Democrata. Numa reunião de emergência na Casa Branca, as agências de informação americanas afirmam terem “muita confiança” de que o Kremlin está envolvido e só não sabem se as operações são manobras rotineiras de espionagem ou se existe um esforço concertado para influenciar as eleições de Novembro, prejudicando Clinton e favorecendo Trump, que será o preferido de Moscovo» («Ofensiva informática rondou Clinton», Félix Ribeiro, Público, 31.07.2016, p. 15).

      Félix Ribeiro, com dificuldades em traduzir «insider»? Se não quiser usar um dicionário de inglês-português (mas eu recomendo), pergunte a Nuno Pacheco, ele costuma escrever sobre anglicismos.

 

[Texto 6988]

Léxico: «morconita»

Conhecem esta?

 

      «Eram duas irmãs também, Carolina e Maria, mas não podiam ser mais diferentes. Silviano Moreira é um homem que dá explicações simples: havia a irmã Carolina (a sua avó), que era “mais morconita” [como quem diz, mais parada], e a outra, a Maria, que “era mais reguila [mais esperta]”» («Um relógio de ouro e um palacete em ruínas», Catarina Gomes, Público, 31.07.2016, p. 13).

 

[Texto 6987]

Léxico: «beatão»

Não dão conta do recado

 

      «Primeiro, comunicar, através de acções de educação e sensibilização onde convidam a uma mudança de consciência sobre as beatas. Depois, recolhê-las, em parceria com a Sopinal, uma fábrica de equipamentos urbanos e metalurgia de Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, que trabalha hoje num protótipo de uma linha de beatões (espécie de ecopontos para beatas já com marca registada) que há-de ser lançada em breve. […] E se com os beatões querem actuar ao nível da comunidade, é possível que essa acção seja também individual através dos porta-beatas, já distribuídos e popularizados em praias, festivais de Verão e noutros eventos. Cada porta-beatas — um pequeno cilindro de plástico — pode conter até 15 beatas e é reutilizável» («A cada minuto sete mil beatas vão parar ao chão. Eles querem dar-lhes novos usos», Margarida David Cardoso, Público, 31.07.2016, p. 11).

      Ainda nem todos os dicionários registam oleão, por exemplo — e o objecto existe —, e já aí vem o beatão.

 

[Texto 6986]

Eminência/iminência

Sabem mesmo a diferença?

 

      Não me parece: «Miguel Faria destaca este poder calorífico das beatas de cigarro, que é equivalente, segundo estudos da Cimpor, ao da estilha de madeira. “Outras soluções que ainda reduzem mais a pegada ecológica estão na eminência de ser comunicadas”, afirma» («A cada minuto sete mil beatas vão parar ao chão. Eles querem dar-lhes novos usos», Margarida David Cardoso, Público, 31.07.2016, p. 11).

 

[Texto 6985]