É o sistema, estúpido!
O guião ou o sistema
O agente principal J. G. já sabia que eu era revisor, mas teve de perguntar (estava no guião...): «O senhor sabe ler?» Hesitei na resposta.
[Texto 7048]
O guião ou o sistema
O agente principal J. G. já sabia que eu era revisor, mas teve de perguntar (estava no guião...): «O senhor sabe ler?» Hesitei na resposta.
[Texto 7048]
Não é a única a dizê-lo
«Descongelei ràpidamente ao pensar na surpresa que vão ter os telespectadores (apre, que palavra difícil!) quando estiverem à espera do famoso “Romeiro, romeiro, quem és tu?” e não lho derem» (Bisbilhotices, Vera Lagoa. Amadora: Editorial Ibis, 1968, pp. 231-32).
[Texto 7047]
Pobres dicionários
No próximo ano lectivo, nas escolas primárias de Aragão, Espanha, o aragonês, ou fabla, língua materna de mais de 140 000 aragoneses, vai poder ser ensinado a par de outras línguas, como o inglês e o francês. A ausência de «fabla» dos nossos dicionários não é de estranhar, naturalmente; mas já a ausência desta acepção de «aragonês» no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora e noutros dicionários me parece muito estranha. Noutros, dirão que se trata de um dialecto.
[Texto 7046]
É no rio
«O projecto envolve ainda a construção de cinco cais, uma “fluvina” e uma rampa de acesso, e a reabilitação de toda a linha férrea entre a Brunheda e Mirandela — que foi alvo de vários roubos. Essa reabilitação já está concluída, com uma celeridade que foi permitida pelo facto de ter sido possível aproveitar os carris e as traves [sic] que estavam intactas na zona a inundar» («Plano turístico para o Tua em marcha», Luísa Pinto, Público, 21.08.2016, p. 25).
Nunca antes se me deparara esta palavra. Nem sei exactamente do que se trata. Será um porto fluvial?
[Texto 7045]
Um deserto habitado
«Os carmelitas usavam a palavra “deserto” para designar os lugares inóspitos e longe de qualquer povoação onde “os monges viviam como os Padres do Deserto, os eremitas do cristianismo primitivo”, escreve o mesmo académico [Paulo Varela Gomes] num artigo para um número da revista Monumentos dedicado à mata. O deserto destes carmelitas pressupunha a existência de um espaço delimitado por um muro, com um mosteiro preparado para a vida em comunidade e ermidas onde os religiosos se pudessem isolar. E é o que encontramos no Buçaco, mesmo que do coberto vegetal que os monges criaram já pouco reste e que o convento tenha sido demolido na sua quase totalidade — ficou a igreja, pouco mais — para se construir o Palace Hotel, entre 1888 e 1907» («Um deserto com portas e água por todo o lado. Buçaco», Lucinda Canelas, Público, 21.08.2016, p. 40).
[Texto 7044]
Também não
«Trata-se de um desenvolvimento explosivo de microalgas ou cianobactérias (no caso do Rio ainda não há dados objetivos que nos permitam identificar os organismos) conhecido em termos científicos como florescência ou bloom e que resulta da conjugação de condições excelentes para estes desenvolvimentos: geralmente águas paradas, com luz e temperatura elevadas e muitos nutrientes» («Água verde nas piscinas do Rio e fogos em Portugal: ligação imprevisível?», Vítor Vasconcelos, Público, 21.08.2016, p. 63).
Se nos dicionários de língua inglesa encontramos esta acepção de «bloom», nos de língua portuguesa não está esta acepção de «florescência».
[Texto 7043]