O deserto dos Carmelitas
Um deserto habitado
«Os carmelitas usavam a palavra “deserto” para designar os lugares inóspitos e longe de qualquer povoação onde “os monges viviam como os Padres do Deserto, os eremitas do cristianismo primitivo”, escreve o mesmo académico [Paulo Varela Gomes] num artigo para um número da revista Monumentos dedicado à mata. O deserto destes carmelitas pressupunha a existência de um espaço delimitado por um muro, com um mosteiro preparado para a vida em comunidade e ermidas onde os religiosos se pudessem isolar. E é o que encontramos no Buçaco, mesmo que do coberto vegetal que os monges criaram já pouco reste e que o convento tenha sido demolido na sua quase totalidade — ficou a igreja, pouco mais — para se construir o Palace Hotel, entre 1888 e 1907» («Um deserto com portas e água por todo o lado. Buçaco», Lucinda Canelas, Público, 21.08.2016, p. 40).
[Texto 7044]