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Linguagista

Suinização da língua

Isso é que está mal

 

      «Dylan deixa as interpretações para os intérpretes e mantém tudo em aberto, como um bom poeta. Mas pede que não usem essa palavra: “Acho que um poeta é alguém que nunca diria de si mesmo que é um poeta... Uma pessoa capaz de dizer que é um poeta simplesmente não pode ser um poeta... Quando as pessoas me chamam um poeta, eu digo: ‘Oh, fixe, que fixe chamarem-me um poeta!’ Mas não me adianta nada. Podem ter a certeza disso. Não fico mais feliz por causa disso.”» («Quem é Dylan», Pedro Mexia, «E»/Expresso, 24.09.2016, p. 106).

    Gosto de ler o que escreve Pedro Mexia (o que revela, até certo ponto, o meu bom gosto), mas por vezes ele exagera. Nisto ou naquilo. Neste excerto, o abuso do artigo indefinido — a tal suinização da língua de que já falámos — é deselegantíssimo. Concorda comigo, Pedro Mexia? Talvez porque é uma tradução, pois não o estou a ver a falar e escrever assim. Corte, corte, corte.

 

[Texto 7120]

Léxico: «praxódromo»

É só esperar

 

      «Com a Cidade Universitária de um lado, a Universidade Lusófona do outro e ainda a proximidade de outras universidades, como o ISCTE, o Jardim do Campo Grande, em Lisboa, é por estes dias de arranque do ano escolar um gigantesco praxódromo» («O praxódromo de Lisboa é o Jardim do Campo Grande», Rute Coelho, Diário de Notícias, 24.09.2016, p. 16).

      Era uma questão de tempo até aparecer outro -dromo. Vimos aqui, recordo, o neologismo pescódromo. Ficamos à espera de mais.

 

[Texto 7118]