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Linguagista

Agora é assim?

Há aí confusão

 

      «Porém, há áreas em que o CC praticamente não sofreu alterações, como na parte geral, o primeiro livro, ligado aos direitos de personalidade, sublinha o secretário-geral [Carlos Sousa Mendes]; hoje, por exemplo, o chamado direito ao esquecimento no Facebook e nas redes sociais (a possibilidade de apagar de vez o nosso registo na InterNet se violarem a nossa intimidade), tem base em normas escritas há 50 anos, acrescenta» («O Código Civil fez 50 anos e não envelheceu mal», Joana Gorjão Henriques, Público, pp. 8-9).

      Então agora é assim que se escreve Internet? Nem está por acaso a confundir com Youtube/YouTube, não? E será mesmo necessário abreviar Código Civil daquela maneira, CC?

 

[Texto 7259]

Subtileza, hein?

Tem capa, mas não escapa

 

      «“Nunca passei fome. Os meus filhos nunca passaram fome. Os meus netos nunca passaram fome. Mas, em Portugal, ainda há gente que sofre por não ter de comer.” Está assim escrito na capa do novo livro de Maria Filomena Mónica e é este o ponto de partida para Os Pobres. É um retrato da pobreza em Portugal tal como é visto pela autora, agora e desde há décadas — muito provavelmente desde os 16 anos, desde que visitou um bairro de lata, como escreve no livro.» («Maria Filomena Mónica e a pobreza em Portugal», Observador, 19.11.2016).

      Está mesmo, já vi. Parece mentira, mas está. Gente que não tem de comer não é digna de lástima — mas de inveja. Em Oxford não há-de ser diferente. Digo eu, que só conheço Cambridge. De gente que não tem que comer é que devemos ter pena. E dos sem-abrigo, dos sem-gramática, etc.

 

[Texto 7258]

A descoberta dos verbos

Mas são verdes

 

      «Daí, o ver-mo-lo a saltitar, ininterruptamente nesta época, da redacção do Eco Popular (1848-1849) para a do Jornal do Povo (1849-1851); desta para a da Semana (1850) de Lisboa, onde escreveria a peça O Lobisomem, único texto publicado postumamente» (Camilo Castelo Branco: Roteiro Dramático dum Profissional das Letras, Alexandre Cabral. Lisboa: Edições Terra Livre, 1980, p. 81).

      Não eram ainda os tempos acelerados de hoje em dia, nem se tinha à disposição a informática, mas já se viam estes erros. Então não é «vermo-lo» que se escreve? É uma forma do Infinitivo Pessoal Presente: vermosvermos + overmo-lo. Todas as pessoas: ver, veres, ver, vermos, verdes, verem. Com o pronome: vê-lo, vere-lo, vê-lo, vermo-lo, verde-lo, verem-no. Não é para todos os camilianistas, mortos ou vivos...

 

[Texto 7257]

Os Brocas

Não nos esqueça

 

      «Broca era a alcunha do avô, que se perpetuaria na descendência; Camilo chegou a projectar um enredo romanesco com o título Os Brocas» (Camilo Castelo Branco: Roteiro Dramático dum Profissional das Letras, Alexandre Cabral. Lisboa: Edições Terra Livre, 1980, p. 60).

      De vez em quando, é bom voltar a estas questões, porque estão sempre a chegar adventícios — além das raposas velhas que confundem um pouco as coisas — que podem não saber. Cá está: os Brocas, e não — oh horror! — os Broca.

 

[Texto 7256]