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Linguagista

Como se escreve na rádio

Um primor

 

      Sim, porque na rádio também se escreve. Por vezes, assim: «A equipa médica que acompanha Mário Soares acompanha com “preocupação” o estado de saúde de Mário Soares» («Mário Soares com “agravamento do seu estado geral” e sem “diagnóstico definitivo”», Rádio Renascença, 13.12.2016). A notícia foi publicada às 13h07 e actualizada às 13h30. Actualizada, mas não corrigida, não melhorada. Nada falta: já chegámos à pós-gramática.

 

[Texto 7323]

Palavra do ano

Próximo

 

      A edição de hoje do Público fala de um concurso: «A “marcelfie” mais votada foi...» Ai que ainda vai ser a palavra do ano em 2017... Entretanto, no Museu de Cera de Madrid, ali no Paseo de Recoletos, vão escavacar a estátua do nosso antigo Presidente da República. De qualquer maneira, não devemos ter pena, os artistas ceráceos levaram à letra aquilo de não ser nariz de santo e só com muito boa vontade, que nem sempre temos, se pode dizer que se assemelham aos modelos.

 

[Texto 7322]

Como se escreve por aí

C’vm caraças!

 

      Volto, não resisti. Então o «líder» do Opus Dei, «Javier Echevarría[,] doutorou-se em 1953 em Direito Canónico na Universidade Angelocum, de Roma», informa a Lusa. Quase acertavam: foi na Universidade Angelicum de Roma. Terá sido a grafia do nome que deixou o redactor em delírio: Angelicvm. Errar todos erramos — muito mais uns do que outros, na verdade —, mas o pior é que estes erros nunca serão corrigidos. Nunca. Daqui a trinta, a setenta, a cem anos lá estarão.

 

[Texto 7321]