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Linguagista

Sobre «condestável»

É como quem diz

 

      Ontem, no programa Quinta Essência, da Antena 2, ouvi, aliás pela segunda ou terceira vez, a historiadora Manuela Mendonça falar do reinado de D. João II. Convidada a dar uma explicação da etimologia do vocábulo «condestável», respondeu logo alegremente: «Eu tenho uma teoria sobre isso.» E que teoria é essa? Bem, Carlos Magno estrutura o seu império em condados, e no topo da hierarquia do seu palácio põe condes. O botelheiro era conde; o escanção era conde; o que tratava do estábulo do rei era conde — o conde do estábulo, que viria a dar «condestável». Muito bem, muito bem... «Aqui para nós. Vá, vamos cá introduzir um factor de modéstia: é uma ideia sua ou está consagrado assim?» Era uma ideia da historiadora: «Não, é uma ideia minha. Eu também tenho o direito de ter ideias.» Eu também tenho uma teoria: só é uma ideia sua no sentido de se ter apropriado dela. Há muito, muito tempo que se conhece e está registada essa etimologia: condestável vem do latim tardio comes stabuli. Está a escapar-me alguma coisa?

 

[Texto 7330]

Pronúncia: «Esopo»

Ou sou eu que não percebo

 

      Na Agenda Cultural de ontem, na RTP2, a propósito da peça Pedro e o Lobo, em cena no Theatro Circo de Braga, falavam de Esopo, e pronunciaram assim a palavra: /Êsopo/. Então aquele e inicial não vale i, como noutros vocábulos? Pior, vi no Youtube, é muitos brasileiros, de autores a editores, pronunciarem-na como se fosse proparoxítona. Coisa esdrúxula!

 

[Texto 7329]