Aborrecido
«O Ministério do Comércio, Industria [sic] e Ambiente (MCIA) de Timor-Leste pediu hoje desculpa pela divulgação de um folheto de promoção comercial com graves erros ortográficos nos textos, afirmando que a empresa responsável pela produção vai assumir todos os custos. […] Muitos erros terão tido origem na utilização de tradutores automáticos, por exemplo, no textos referentes à teca. A versão em inglês explica que a madeira resiste a um inseto perfurador (“boring molusc”) conhecido como ‘shipworm’. Na versão em português “boring” foi traduzido à letra como “chato” (aborrecido) e não como “perfurador” que era o sentido que deveria ter no texto. Daí que a ‘shipworm’ seja, na versão portuguesa, um “chato molusco”. Nos folhetos, há também frases sem sentido: “o método foi bem sucedido que plantou figos Figueira quase em todos os distritos que foi muito apreciado e mútua cooperou com os jovens timorenses”» («Governo de Timor pede desculpa por folhetos com erros de português e inglês», Lusa/TSF, 17.02.2017, 13h14).
Português, pois... coitados. Quantos timorenses falam e escrevem realmente português? Mais umas décadas, e esta é uma ficção que não terá nenhuma fundamentação. «Erros ortográficos», escreve o jornalista — e depois dá os exemplos que aqui ficam. Erros atraem sempre mais erros.
[Texto 7483]